O que é esperado de um desenho de Conjunto
Espera-se de um desenho de conjunto, que apresente todas os componentes pertencentes a uma máquina ou mecanismo, sendo que, devendo ser apresentados de forma visível e na sua posição de funcionamento.
Espera-se de um desenho de conjunto que este apresente todos os componentes pertencentes a uma máquina ou mecanismo, sendo que devem ser mostrados de forma visível na sua posição de funcionamento. O desenho de conjunto também deve mostrar, na medida do possível, as amplitudes de funcionamento dos componentes.
A estrutura
Uma máquina pode conter vários módulos como a estrutura de suporte, caixa de velocidades, sistemas pneumáticos, eléctricos, etc. Cada um destes módulos, por sua vez, pode ser decomposto em sub-conjuntos. Dependendo da complexidade do mecanismo, o nível de sub-conjuntos pode variar. Obviamente a ramificação de um desenho de conjunto só deverá ser feita se necessário, nada o obriga. No entanto, a regra mais básica do desenho é que se mantenha a clareza para que a comunicação se dê, se isso não acontecer o desenho não servirá o seu propósito.
É então possível sub-dividir o desenho de conjunto em mais desenhos de conjunto, criando as ramificações já mencionadas, e a que se chama de sub-conjunto, podendo estes ser divididos novamente, isto mantendo sempre a rastreabilidade. Deste modo, é possível contornar o problema de sobreposição exagerada de componentes que muitas vezes impede uma leitura clara do desenho.
O desenho de conjunto, ou sub-conjunto, deve referenciar os seus diferentes componentes de tal modo que estes se apresentem preferencialmente visíveis, evitando referenciar peças que se encontrem ocultas (traço interrompido).
Os elementos
Ao contrário daquilo que muitas vezes se vê, o desenho de conjunto pode conter outros elementos além dos balões. Pode encontrar cotas de atravancamento, quantificação das amplitudes de movimento (se os houver), ajustamentos, indicação do centro de massa e outros.
Para identificar os elementos são usados balões. Estes apresentam números inscritos a que se faz corresponder uma listagem (lista de peças) que contém informação relevante a esse elemento, sendo as mais habituais:
- Referenciação do número do balão, exemplo: 1;
- Designação do componente, no caso de elementos normalizados pode surgir a referência, exemplo: Parafuso CHC;
- Quantidade desse componente;
- Norma, no caso de componentes normalizados, exemplo: ISO 4016;
- Dimensões, exemplo: M10x60
- Material, exemplo: classe 8.8 (no caso do parafuso)
- Massa;
- N.º do desenho de definição ou do sub-conjunto relacionado;
- Outros elementos podem ser acrescentados, dependendo isto das características da máquina ou mecanismo.
Num dos artigos anteriores, referi a importância da legenda, tendo sido dados exemplos.
A legenda do desenho de conjunto partilha muito daquilo que foi referido neste artigo, mas existem dados específicos e que só ao desenho de conjunto dizem respeito, nomeadamente:
- Quantidades de sub-conjuntos e se existem versões esquerdas e direitas de montagem (simetrias);
- elementos como a informação relativa à correcta instalação, podem também constar do desenho de conjunto. No entanto é necessária alguma sensibilidade para não sobrecarregar o desenho com demasiada informação e também não confundir este desenho com outros tipos de desenho com propósitos específicos como o desenho de expedição, desenho de instalação e outos. Assim sendo, certa informação pode ser colocada noutros tipos de desenhos.
- Dependendo da empresa e da aplicação, outra informação pode ser incluída na legenda.
Vistas explodidas
As vistas explodidas são comuns, sobretudo porque são fáceis de obter nos programas de modelação 3D e a identificação dos diferentes componentes pode ser facilitada, mas não as devemos confundir uma vista explodida com um desenho de conjunto. A vista explodida não substitui o desenho de conjunto.
As vistas explodidas são ilustrações, não permitem apresentar detalhes que apenas são possíveis num desenho com projecções ortogonas. A afirmação anterior é fácilmente justicada:
- Falta de ajustamentos;
- Falta a posição de funcionamento;
- Faltam as amplitudes de movimento;
- É bem possível que certos componentes fiquem ocultos, dado as perspectivas apenas mostrarem o que se vê de frente, no entanto é possivel afastar os componentes de tal modo que tudo fique visível;
- Não permite a representação simplicada de componentes normalizados;
- e mais ...
Mas este tipo de vista (não é projecção) apresenta vantagens:
- Pode mostrar a sequência de montagem;
- Também permite identificar os componentes, desde que fiquem visíveis;
- Pode ser de leitura mais fácil, sobretudo verdade para quem não sabe ler desenho técnico.
Em baixo, pode ver visto um exemplo de uma caixa redutora. Este desenho dá informação relativamente à sua montagem. Contudo, e apesar de apresentar um conjunto de peças, o típico desenho de conjunto apresenta-se habitualmente com projecções ortogonais, muitas vezes em corte e na posição de funcionamento, não explodido.